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Edições da 2ª série de TMJ que valem a pena serem lidas

  • Foto do escritor: Micaela Crispim
    Micaela Crispim
  • 16 de ago. de 2021
  • 12 min de leitura

A segunda série de Turma da Mônica Jovem trouxe muitas edições que nos fizeram rir para não chorar, como O cecê do DC, O outro lado da moeda e O mundo de Maria Cebola, só para citar as mais famosas pela baixa qualidade. Não estou dizendo que todos os roteiros da primeira fase são perfeitos, tendo em vista que muitas edições da segunda metade foram bem capengas ao meu ver. Ainda assim, acredito que o nível médio dos roteiros, dos desenhos e até mesmo do design das capas caiu com a chegada da segunda série.


Mas a minha intenção aqui não é sair apontando defeitos, e sim destacar os trabalhos que me cativaram. Afinal, da mesma forma que a primeira série teve seus pontos fracos, a segunda série teve seus momentos de glória, e não foram poucos! Por isso, trago aqui as minhas cinco edições favoritas dessa fase, e recomendo a (re)leitura de cada uma delas! Ah, e fique tranquilo, não vou contar nenhum spoiler!


Desafio dimensional

Montando esse top 5, a edição nº 148 foi a primeira que veio à minha mente, então nada mais justo do que começar por ela. Aliás, as histórias estão ordenadas aqui conforme eu fui me lembrando delas, e não partindo da melhor para a pior.


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Apesar de ter uma Mônica perplexa™ pra não perder o costume, a capa de Desafio dimensional tem traços muito bons, que estão no mesmo nível do miolo. Dá gosto de ver tudo tão bonitinho e nota-se o capricho com o desenho não só dos personagens, mas também dos cenários e dos detalhes. Ah, vale ressaltar que os quadrinhos são dinâmicos e exploram perspectivas, mas sem ser algo confuso ou com muita informação. A própria capa é um exemplo disso. Também não tem "copia e cola" de expressões, uma técnica que poupa tempo mas que tira a fluidez dos traços (parece que os personagens estão congelados). Não vou entrar em mais detalhes por ser uma leiga no assunto. Só posso dizer que o trabalho do Jairo Alves está belíssimo e se destaca, gostei muito desde a primeira vez que vi! A arte-final ficou por conta da Marcela Russi, Matheus Oliveira, Paulo Matheus Costa, Rosana Valim e Viviane Yamabuchi.


Dados os devidos créditos aos desenhos maravilhosos, vamos falar do melhor aspecto dessa edição: o roteiro de Felipe Marcantonio, que é recheado de nostalgia desde a primeira página. A história já começa aludindo à edição nº 42 da 1ª série — Torneio de games — ao citar o jogo Supertreta fighters e mostrar um dos seus personagens no fundo, o Soijiro Kifuja (esses trocadilhos nunca perdem a graça). Alguns quadrinhos adiante temos uma nova referência, dessa vez a Yu-Gi-Oh!


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Conforme o roteiro avança, elementos recorrentes em TMJ aparecem, como o Cascão e Jeremias com medo dos planos infalíveis do Cebola, mesmo que não sejam mais contra a Mônica. Também tem a piada do Licurgo aparecendo em um quadrinho miúdo só pra dizer que não é louco, que eu amo. As melhores referências ficam reservadas para a parte final. Elas começam com a primeira saga de TMJ — 4 dimensões mágicas — e é aqui que abro um parênteses para explicar porque gostei tanto dessa edição.


Eu tinha 7 anos quando li a minha primeira edição de TMJ, lá em novembro de 2008. Peguei o bonde andando e comecei pela nº 4. Mesmo sem ter entendido muita coisa eu amei tudo, afinal já era fã de carteirinha da turma clássica. Só depois consegui ler as edições anteriores e pegar melhor o que tava acontecendo, mas enquanto isso não aconteceu eu li a edição 4 até não poder mais. E foi assim toda vez que eu ganhava uma revista nova: começava a ler no momento em que colocava minhas mãos nela e depois relia inúmeras vezes. O meu pai até brincava que no futuro os meus filhos não precisariam ler as histórias, já que eu lia tanto que teria memorizado tudo e iria contar de cabeça para eles. Confesso que não cheguei nesse nível e hoje em dia já não lembro de tantos detalhes como antigamente, mas sem sombra de dúvida a primeira série me marcou profundamente.


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Por isso a memória sentimental fala alto principalmente na última parte de Desafio dimensional. Após exatos 12 anos do meu primeiro contato com TMJ, foi incrível ler algo que me levou de volta às origens. Fiquei encantada com todas as referências, e o autor demonstrou ter um carinho imenso pelas histórias antigas, assim como eu e muitos outros fãs por aí. É tudo tão bem feito que parece até ser uma edição comemorativa. Minha memória pode estar me enganando agora (ela nunca foi muito boa), mas lembro de ter lido um post no blog Vila Abobrinha que dizia que essa edição era uma carta de amor aos fãs pela nostalgia. Infelizmente esse site excelente não está mais no ar, então não tenho como colocar o link, mas concordo em gênero, número e grau. Fui inundada com as lembranças e emoções da infância que me encheram de alegria. Nem preciso dizer que fiquei boba e com um sorriso no rosto a cada referência.


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Será que tem essa carta em Lendas Dimensionais?


"Opa! Quer dizer então que a história só é boa por conta da nostalgia?" Não mesmo! Acho que é inevitável fazer comparações com a primeira fase, e apesar de todas as alusões às edições passadas, Desafio Dimensional não é uma cópia e nem se apoia unicamente nas referências para brilhar. Como eu disse anteriormente, o sentimento nostálgico bate forte no fim da edição, mas isso não significa que o começo e o desenvolvimento são ruins, pelo contrário! A premissa e o desenrolar da história me prenderam até o clímax, onde fui recompensada com as lembranças. A ideia do jogo é original e as regras e cartas são bem pensadas. Mesmo que seja um pouco difícil de entender de cara como tudo funciona, isso não é um problema.

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Além disso, a maneira como a Mônica lida com suas preocupações e Cebola com sua obsessão é madura. Só por não ter drama desnecessário entre esses dois já ganha 100 pontos! Por fim, essa edição tem seu estilo próprio ao mesmo tempo em que homenageia os trabalhos mais antigos. Acredito que muito disso se deve ao fato do roteirista ter escrito histórias apenas a partir da segunda série, além de contar com alguns trabalhos em CBM. Ou seja, é a combinação de uma abordagem nova, porém experiente que resulta em uma obra memorável.


A melodia perfeita

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A capa da edição nº 127 tem uma ótima composição, aludindo a vários elementos da história (com exceção da Mônica). Admito que não curti tanto o desenho, mesmo apreciando as capas do Denis Oyafuso no geral. O miolo ficou por conta do José Aparecido Cavalcante, e acho que ele acertou com as caretas, que transmitem muita expressividade. Uma atenção especial foi dada ao Jeremias e à sua família, que ficaram lindíssimos. Fico mega feliz de ver pessoas negras bem desenhadas, considerando que até pouco tempo atrás a esmagadora maioria dos figurantes em TMJ eram brancos. Nessa edição é possível admirar a beleza dos personagens pretos, e isso pode passar despercebido pra alguns, mas ao meu ver é muito impactante. Representatividade importa! Os cenários ficaram um brinco, assim como os dragões que aparecem de vez em quando. (O Cascão também ficou uma graça, mas isso não vem ao caso). Os arte-finalistas são Andrea Petta, Jaime Podavin, Jorge Correa, Marcela Russi, Matheus Oliveira, Paulo Matheus Costa e Viviane Yamabuchi.


Para fazer esse post, primeiramente elenquei as minha cinco edições prediletas. Agora, estou lendo uma de cada vez e escrevendo meus comentários logo em seguida, com a história fresca na cabeça. E é com lágrimas nos olhos que escrevo sobre A melodia perfeita. O Carlos Estefan construiu uma obra primorosa, que faz rir e chorar. A introdução já começa numa sequência muito bem trabalhada e encantadora. Os recursos visuais são usados de uma maneira inteligente e criativa para representar as músicas e sentimentos, que a princípio não podem ser transmitidos em um gibi, porém são passados como se o papel tivesse sido feito especialmente para isso.


A trama é envolvente, bem desenvolvida e tem vários momentos divertidos, equilibrando as partes mais sérias e emocionantes. O Jerê é um personagem carismático, que finalmente ganhou destaque na MSP depois de décadas sendo deixado de lado. O que eu mais gosto nele é a maneira como consigo me identificar com suas dificuldades e sonhos. Ele não é idealizado e erra, como qualquer um de nós. Se mostra vulnerável diante dos seus problemas, mas não é um coitado largado à própria sorte e incapaz de lutar por si mesmo. Com a ajuda da família e dos amigos, Jeremias encontra forças dentro de si para enfrentar seus demônios internos e encarar os desafios.


Pode parecer doideira, mas nesse sentido ele me lembra o Peter Parker/Homem-Aranha, meu personagem favorito das HQs gringas, com o qual também me identifico, mesmo que eu não escale paredes e lute contra o crime nas horas vagas. A vida do Jeremias e do Peter podem não ser nada parecidas com a minha, mas é o lado humano dos dois que me cativa. A honestidade com que eles encaram as situações ao seu redor é o que os torna reais e deixa suas histórias tão envolventes. Enfim, o que eu quero dizer é que o desenvolvimento do Jerê é um dos pontos fortes dessa edição, que fez com que eu gostasse ainda mais dele. A Denise também é bem trabalhada, assim como outros personagens em maior ou menor grau.


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Por fim, a nostalgia não fica de fora aqui. São feitas alusões à belíssima graphic MSP Jeremias - Pele e até mesmo a Rocky, um lutador. Uma das referências mais diretas ocorre no trecho ao lado, em que a primeira parte de Umbra é mencionada. Acontece que essa não é a única homenagem ao Emerson Abreu, já que o humor dessa edição lembra bastante o dele (não sabe como reconhecer o estilo do Emerson? clica aqui que eu te ajudo!). Mais uma vez, apesar das referências e similaridades, a trama não é boa somente por elas e nem se baseia apenas nelas. Assim como em Desafio dimensional, isso é só a cereja do bolo. A cereja é boa? Sim, mas o bolo é ainda melhor e não depende dela para ser bem aproveitado!


Além de Jurerê

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A capa da edição é lindíssima, pecando apenas pela presença desnecessária da Mônica, mas como sabemos, isso é padrão. Gosto dessa capa não somente pelos traços caprichados, mas também pela sua composição com o Jerê no centro e a divisão entre o teatro e Jurerê, destacando o Titi de um lado e a Isa do outro. Acho que os desenhos internos também ficaram muito bem feitos no geral, principalmente os traços do Jeremias, afinal ele é a estrela. Dessa vez o desenho ficou a cargo do Jairo Alves (que também fez a capa), José Cavalcante e Lino Paes, enquanto a arte-final foi feita por Jaime Podavin, Jorge Correa, Marcela Russi, Matheus Oliveira, Paulo Matheus Costa, Rosana Valim e Viviane Yamabuchi.


O argumento foi feito pelo Ivan Nakamura, Mabel Lopes e Natalia Maeda. Novamente o roteiro é do Felipe Marcantonio, e aqui ele usa doses menores de nostalgia, mas que são muito agradáveis como sempre. Por se tratar do mesmo roteirista, muitos dos elogios feitos a Desafio dimensional também são válidos para Além de Jurerê, não vou falar tudo de novo para não ficar repetitivo. A história é bem construída e tem boas doses de humor, sem ser um roteiro raso. Aliás, vários arcos são explorados ao mesmo tempo, e todos de personagens secundários. Não posso entrar em detalhes para não dar spoilers, só digo que é tudo trabalhado de uma maneira natural e com um bom ritmo, sem ficar corrido ou bagunçado.

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O conflito principal é do Jeremias, mas a Isa também tem seu destaque, enquanto o Titi passa por uma evolução (é difícil de acreditar, né?) e até mesmo o arco da Aninha é explorado. Assim, os quatro protagonistas ficam em segundo plano nessa edição, o que eu acho ótimo. Para ser justa, confesso que a Isa é minha personagem preferida criada na TMJ, adoro o destaque dado ao Jeremias na segunda série, e amo o desenvolvimento da Aninha, então sou triplamente suspeita para falar. A criança que mora dentro de mim com certeza releria a edição nº 130 umas mil vezes! (Como agora eu sou controlada, só li cem vezes haha)


Briga entre irmãos

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A capa dessa edição, feita pelo Denis Oyafuso, é muito bonita e dinâmica. Os desenhos internos são da Roberta Pares, e o traço dela é bem fofo e caprichado. O que eu mais gosto é que os personagens ficam com uma carinha de criança, e parecem ter a idade real deles, ou seja, cerca de 15 anos. Não posso deixar de falar que os detalhes e cenários são super bem feitos. Ah, e os chibis também são uma gracinha! É tudo muito lindo. Andrea Petta, Jaime Podavin, Jorge Correa, Marcela Russi, Matheus Oliveira, Paulo Matheus Costa e Rosana Valim são os responsáveis pela arte-final.


Devido ao número sempre crescente de figurantes e novos moradores, a gestão do bairro do Limoeiro implementou uma política do filho único para controlar o aumento da população. Bom, ao menos eu imagino ser essa a explicação para a baixa quantidade de personagens com irmãos. Além disso, as histórias que exploram a relação entre os irmãos e irmãs existentes também são escassas, apesar de terem um alto potencial. Pretendo falar mais sobre isso em um próximo post.


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Indo direto ao ponto, eu gosto da edição nº 123 por finalmente abordar a dinâmica entre Nimbus e DC, um dos poucos irmãos da MSP. Alguns anos atrás, depois que paramos de colecionar as revistas, eu e minha irmã encontrávamos as edições novas na internet e líamos juntas: a gente dividia os personagens entre nós duas e cada uma ia lendo suas respectivas falas. Esse hábito morreu depois de um tempo, mas resgatamos ele durante a quarentena. Ler Briga entre irmãos com ela foi ótimo porque a gente nunca tinha visto um roteiro em TMJ voltado para algo tão parecido com o nosso relacionamento. Do Contra e Nimbus implicam um com o outro sem motivo algum, mas se resolvem depois das brigas e se amam, e esse é basicamente o resumo da nossa história.


O roteiro do Marcelo Cassaro, com argumento de Ivan Nakamura, Mabel Lopes e Natalia Maeda, equilibra o humor e o suspense. A minha única crítica é com relação à presença desnecessária da Magali e da Mônica, que de quebra também aparece na capa sem motivo. As cenas que focam nas duas podiam ter sido deixadas de lado, sobrando mais espaço para aprofundar a relação dos irmãos entre si e também com uma certa pessoa, que não vou dizer quem é, mas quem leu sabe. Bom, apesar disso o final é super fofinho, fazendo com que a história se destaque pra mim. Deixou um gostinho de quero mais, que poderia ter sido saciado se Mônica e Magali não estivessem lá e foi emocionante!


Odisseia infinita

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Sendo fã assumida das histórias do dia a dia, dou os créditos à edição nº 125, que se sobressai como um bom roteiro de ação e aventura.


A capa desenhada pelo Jairo Alves é dinâmica e não tem informação visual excessiva, mesmo apresentando vários personagens. Assim como no miolo, os traços estão bons, mas se tratando de uma edição especial pelo crossover com a DC, tenho que dizer que poderiam ser melhores. Não há nada mal feito, mas também não há nada excepcional, sabe? A roupa das meninas, por exemplo, é só uma camiseta simples com uma saia. Os super-heróis e vilões estão reconhecíveis e bem caracterizados, principalmente na sequência inicial. Além do próprio Jairo, José Aparecido Cavalcante, Lino Paes e Roberto Martins Pereira são os desenhistas da edição.


O roteiro do Flávio Teixeira explora bastante a galeria de personagens da DC, afinal não é todo dia que você tem uma parceria dessas. No entanto, ele não deixa de lado os heróis e vilões que a própria MSP dispõe e dá um show para os fãs. Há um cuidado em situar os leitores que têm pouco ou nenhum conhecimento sobre as figuras que aparecem na história sem deixar tudo muito expositivo. Nem preciso dizer que há inúmeras referências internas e externas, como é comum nos trabalhos do Flávio. Uma coisa chata dessa edição é que ela ficou um pouco corrida e algumas coisas não têm explicação. Tenho certeza que Odisseia infinita ficaria muito melhor se fosse dividida em duas partes, mas gosto dela mesmo assim.


Sem sombra de dúvidas, o que mais me agradou foi a aparição inesperada dos ******* quando o ******* é resgatado, além do final que deu a entender que algo mais pode vir. Ai, como é difícil falar dos pontos altos sem estragar as grandes revelações! Eu sei que o que fica no ar é bem improvável de acontecer, considerando o início da terceira fase e que poucas coisas são canônicas em TMJ, mas me empolguei do mesmo jeito. Sonhar não custa nada!


Adorei ver a turma interagindo com a Liga da Justiça e provando que estão no mesmo nível dos figurões de alto escalão. A gente tem que valorizar o que é nosso, né? Acho que o carinho dado ao Cascão (outro personagem que eu amo) foi um toque especial, bem fofo. Não consigo imaginar ele tendo um aniversário melhor!


Menções honrosas

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Não, eu não consegui me limitar a cinco histórias, mas é só para mostrar que não foi difícil encontrar bons roteiros na segunda série de TMJ, longe disso! Outras edições memoráveis são Peso perigoso (nº 137), O dia de D.I.V.A (nº 133) e O intercâmbio da Aninha (nº 139), todas roteirizadas pelo Felipe Marcantonio. Pra ser sincera, até fazer esse post eu nem sabia quais histórias tinham sido escritas por ele, mas posso dizer que era uma fã sem saber haha


Outra coisa em comum entre os três roteiros é que eles exploram personagens secundários (Quim, Denise e Aninha). Além disso, todas possuem desenhos aceitáveis e tramas bem agradáveis e divertidas, rendendo uma ótima leitura.


Bom, essas foram as minhas recomendações, mas quero saber de vocês quais são suas histórias favoritas da 2ª série de TMJ, me falem nos comentários!

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