Os professores de Chico Bento Moço
- Micaela Crispim
- 22 de dez. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de dez. de 2021
Lendo as primeiras edições de Chico Bento Moço, percebi que o roteirista Flávio Teixeira se inspirou em algumas pessoas para batizar os professores do Chico. Não devo ter sido a primeira e nem a única a ter reparado nisso, mas como nunca vi ninguém comentando sobre, decidi compartilhar essa curiosidade hoje!

Tudo começa na 5ª edição, intitulada A primeira semana. Nela, Chico relata através de cartas como foram os seus primeiros dias de aula na Universidade Federal de Agronomia (UFA). Na carta enviada à Rosinha conhecemos o diretor da faculdade, Guilhermo Brigio, e o nome dele soa bem familiar. A homenagem é ao Guilherme Briggs, um dos maiores dubladores brasileiros. Ele já emprestou sua voz para o Superman, Kronk e Buzz Lightyear, por exemplo.
(Ah, e uma outra curiosidade: a Fran Briggs, esposa do Guilherme, roteirizou a história Os esquecidos da 5ª edição da 3ª série de Turma da Mônica Jovem. Que mundo pequeno!)

Em seguida, entra em cena a reitora Ceres Leão. Essa referência eu demorei para captar porque até então pensava que todas as homenagens eram a dubladores. Mas, ao que tudo indica, a personagem foi inspirada na Petra Leão, roteirista de diversas edições de TMJ e CBM. Repare que o Flávio só se baseou nos nomes dos artistas para montar os personagens, e não na aparência.
A carta destinada à Dona Marocas apresenta os demais professores do Chico, cada qual com o seu apelido. A primeira é Alexa Santos, referência a ninguém mais, ninguém menos do que Angélica Santos, a dubladora do Cebolinha! Nem preciso dizer que sou uma grande fã e admiradora do trabalho dela, né?

A próxima é Letícia Lemes, que homenageia a magnífica Cecília Lemes (ela sempre será lembrada por mim como a voz da Chiquinha, mas já fez inúmeros trabalhos sensacionais).

Em seguida, temos Carlo César, cujo nome foi baseado no saudoso Caio César. Caio infelizmente faleceu em 2015, mas deixou um legado inesquecível ao dublar personagens como Harry Potter, Sokka e Bolinha. Registro aqui seu talento e genialidade, e que ele possa descansar em paz!

Já o professor Mouro Ramos é uma referência clara ao Mauro Ramos, exímio cantor e dono de um vozeirão incrível. Eu particularmente amo as dublagens dele como Capitão Barbossa em Piratas do Caribe e Gancho em Enrolados.

Temos também o professor Isaac Barnabé, inspirado em Isaac Bardavid. Suas dublagens são memoráveis e você com certeza já ouviu a voz dele por aí!

Algumas páginas adiante Chico conta para a Vó Dita que conheceu uma assombração no campus da faculdade. Trata-se do falecido fundador da UFA, Marcellus Cassarotto (quanta consoante dobrada!). O homenageado da vez é Marcelo Cassaro, que já roteirizou várias edições de TMJ e CBM também.


Na edição seguinte (Mudanças), conhecemos mais um professor: Alê Trigueiro. Confesso que até agora não saquei em quem ele foi inspirado. Se você souber ou tiver um palpite, me fala nos comentários! Talvez a referência seja ao Alexandre Moreno, mas não estou convencida de que é ele mesmo. Outra alternativa seria o jornalista André Trigueiro, que, apesar de ter o nome bem parecido, foge bastante do padrão visto até então de dubladores/roteiristas, então também não acho que seja ele.
Creio que a última homenagem está em Mistério na roça (edição nº 08), e ela é a mais escancarada de todas. Ao conhecer o professor Marcos Seixos, Chico comenta que ele tem a voz do Bátima. Para não restar nenhuma dúvida de que o personagem foi baseado em Márcio Seixas, antigo dublador do Batman, ainda vemos a capa do herói por baixo do seu jaleco.

E aí, você já tinha notado alguma dessas referências? Ah, caso eu tenha me enganado em alguma delas ou tenha deixado outra passar, por favor escreva nos comentários!
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